1 de nov. de 2011

Contágio

É oficial. O melhor filme que eu assisti esse ano foi "Contágio". Bom em todos os aspectos, sem toda a parafernália moderna presente na maioria dos filmes atuais e com o que há de melhor em qualquer filme de zulmbi. Não, pragas do século, nâo é a carnificina nem a violência. Estou falando da ênfase no comportamento humano, que fica naturalmente evidente sob quaisquer circunstâncias bizarras às quais nos sujeitamos, e que até hoje só havia visto tão bem representada em filmes de zumbi. (Salvo "Ensaio Sobre a Cegueira", que entitulo honorificamente de filme de zumbi.)Como em todo bom filme de zumbi, o ponto de partida do filme é uma violenta doença epidêmica, que se espalha rapidamente e aflinge milhões de pessoas. A diferença é que a doença mata efetivamente. E, a partir dessa premissa, o filme se desenvolve em várias reações diferentes ao mesmo evento, com uma estrutura que se assemelha à do memorável "Crash".
Além desse enrredo tão bem amarrado, tem também a feliz escolha de elenco, com apenas 2 atores razoáveis e nenhum pior que isso. Edição impecável. Som e fotografia exemplares. Os figurinos mais simples e efetivos do planeta. Cenários pra lá de naturais. Trilha musical perfeita. O filme é tão simples que os créditos não duram cinco minutos.
Com tudo isso eu só consigo dizer que esse é o melhor filme do ano. Defeitos? Claro, tem muitos, como todo filme. Você irá achá-los ao assistir. O que esse filme realmente tem de diferencial? Apesar de todo o merchandising e a patota comercial, o filme é uma expressão genuína da sétima arte, como não se vê no cinema americano desde "Guerra nas Estrelas": O primeiro Blockbuster, a última obra de arte do cinema americano.