1 de nov. de 2011

Contágio

É oficial. O melhor filme que eu assisti esse ano foi "Contágio". Bom em todos os aspectos, sem toda a parafernália moderna presente na maioria dos filmes atuais e com o que há de melhor em qualquer filme de zulmbi. Não, pragas do século, nâo é a carnificina nem a violência. Estou falando da ênfase no comportamento humano, que fica naturalmente evidente sob quaisquer circunstâncias bizarras às quais nos sujeitamos, e que até hoje só havia visto tão bem representada em filmes de zumbi. (Salvo "Ensaio Sobre a Cegueira", que entitulo honorificamente de filme de zumbi.)Como em todo bom filme de zumbi, o ponto de partida do filme é uma violenta doença epidêmica, que se espalha rapidamente e aflinge milhões de pessoas. A diferença é que a doença mata efetivamente. E, a partir dessa premissa, o filme se desenvolve em várias reações diferentes ao mesmo evento, com uma estrutura que se assemelha à do memorável "Crash".
Além desse enrredo tão bem amarrado, tem também a feliz escolha de elenco, com apenas 2 atores razoáveis e nenhum pior que isso. Edição impecável. Som e fotografia exemplares. Os figurinos mais simples e efetivos do planeta. Cenários pra lá de naturais. Trilha musical perfeita. O filme é tão simples que os créditos não duram cinco minutos.
Com tudo isso eu só consigo dizer que esse é o melhor filme do ano. Defeitos? Claro, tem muitos, como todo filme. Você irá achá-los ao assistir. O que esse filme realmente tem de diferencial? Apesar de todo o merchandising e a patota comercial, o filme é uma expressão genuína da sétima arte, como não se vê no cinema americano desde "Guerra nas Estrelas": O primeiro Blockbuster, a última obra de arte do cinema americano.

20 de jun. de 2011

Da Série 'Pra não dizer que não avisei':

Não adiantou tanta comoção em relação à lei da união civil. Um juíz goiano acabou de revogar uma dessas uniões, e proibir a formalização de qualquer outra, com o argumento (justificável, devo frisar) de que essas uniões ferem a Constituição. Aos radicais de plantão do movimento, não fiquem revoltados: Ele está certo! E sua ação só lhes fez um favor: esclareceu que o que precisamos não é da inclusão de leis e decretos na legislação brasileira, mas uma reforma (profunda, devo frisar) na Constituição da República Federativa do Brasil. Esse não é o único obstáculo para os homossexuais em nossa Constituição. E o caso é o mesmo para a maioria das 'minorias', pois o caso é que nossa Constituição não atende às necessidades da sociedade brasileira contemporânea. (Já não atendia quando foi criada, devo frisar.)

12 de mai. de 2011

Adeus Clark Kent!

    Amanhã, 13 de maio de 2011, chega ao fim a saga de uma década, com aventuras que foram de zumbis a poções do amor, provavelmente a mais funesta série do gênero, com 358 defuntos contábeis, e com a história de amor mais pegajosa ta televisão americana. Sim, meus caros! 216 episódios depois de sua estréia, nesta sexta-feira (finalmente) vai ao ar o ÚLTIMO EPISÓDIO da jornada do Super-Garoto. E para garantir que os raríssimos fãs brasileiros estejam em dia com o acontecimento, preparei um resumo de toda a série, com informações relevantes à chegada ao ponto culminante da história da mudança de Clark Kent de Pequenópolis para Metrópolis, para que estejam preparados quando puderem assistir esse episódio histórico. Com vocês...



    Em outubro de 1989, uma chuva de meteoros atinge Pequenópolis, destruindo plantações, a cidade, matando pessoas, incluindo os pais de Lana Lang, dando ao ruivo e cabeludo Alexander Luthor a calvicie eterna, e espalhando kryptonita por toda a região de Pequenópolis. Com os meteoros, chega também uma nave, trazendo de Kripton o pequeno Kal-El, que é encontrado e adotado por Jonathan e Matha Kent, e batizado com o nome Clark.
    Em 2001, o jovem Clark Kent, super forte e super estabanado, é atropelado pelo jovem Lex Luthor, de uma ponte para um rio, salvando o playboy trilhardário e deixando sua marca estabanana do carro. Lex retribui o favor com um carro, que Jonathan força Clark a devolver. Jonathan conta a Clark que o encontrou num milharal, saído de uma espaçonave, logo após a chuva de meteoros. O superboy fica danado da vida, foge e acaba encontrando Lana. Ele acompanha a moça até a casa dela e recebe um beijo de agradecimento, que deixa Whitney, o namorado da moça, roxo de ciúme. Pete Ross e Chloe Sullivan descobrem Jeremy. Chloe revela a Clark o Mural do Esquisito e explica como as pedras de meteoro afetam os seres humanos. Clark sente-se culpado pelas desgraças provocadas pela kryptonita. Whitney e a turma do time de football da escola prendem Clark num milharal, como um espantalho. (Com ajuda de kryptonita, claro! O colar de Lana.) Jeremy revela seus planos de vingança a Clark e foge. Lex encontra Clark e o salva. Clark enfrenta Jeremy, e vence, claro.
    Whitney conta a Lana que ele perdeu o colar e ela fica fula da vida. Lex, que encontro o colar, o entrega a Clark, para que devolva a Lana. Clark enfrenta um esquisito chamado Greg. Clark descobre que as pedras de meteoro o enfraquecem, e que o chumbo o protege do efeito da kryptonita. Clark deixa, anônimamente, o colar na porta de Lana. Jonathan e Clark brigam por causa do time de football da escola. Lex ignora uma ordem de Lionel, de caráter administrativo da Luthorcorp. Lana abandona as líderes de torcida e torna-se garçonete. Clark adiquire a visão de Raio-x. Clark conhece, enfrenta e derrota Tina, uma garota que pode transformar-se em quem quiser, e idolatra Lana. Lana começa a investigar o passado de sua mãe. Lex contrata Roger Nixon para contruir sua imagem positiva nos jornais e investigar o que aconteceu com seu Porsche (Aquele carro que atropelou o Clark). Clack adverte Chloe sobre os perigos de sair com um idiota. Ela insiste no engano e quase é morta pelo perigoso idiota. Uma senhora chamada Cassandra, que prevê o futuro, compartilha uma visão com Clark, no qual ele está diante dos túmulos das pessoas que ama. Cassandra também prevê o toque de destruição nas mãos de Lex, o que provoca sua morte. Lex inicia um patrocínio a pesquisas sobre as pedras de meteoro. Os poderes do desleixado Clark são descobertor por um policial corrupto, que o chantageia. Clark e Lex descobrem que Lionel Luthor financiou experiências secretras, num subnível secreto, de uma das fábricas da Luthorcorp, em Pequenópolis. Whitney envolve-se com bandidos por causa de sua instabilidade emocional. Lana associa-se a Lex, e eles abrem o Talon Café. Clark descobre que a instituição que operou sua adoção era de fachada. As pesquisas financiadas por Lex põe em risco a saúde pública. Clark recebe ajuda de Lex para salvar seus amigos. Ryan James, um garoto que lê mentes, recebe ajuda de Clark para fugir da opressão e exploração dos pais. Lex recusa voltar a viver em Metrópolis. Clark salva o pai de Whitney. Lionel tenta destruir a imagem de Lex na imprensa. Clark descobre que Chloe está apaixonada por ele. O pai de Whitney morre. Lana e Chloe dividem uma experiência sobrenatural por efeito de kryptonita. Lex encontra a chave da nave. Lionel decide fechar a Luthorcorp em Pequenópolis, mas Lex compra a fábrica e a mantém funcionando. Roger descobre os poderes de Clark. Whitney vai embora, para tornar-se fuzileiro. Baixa um tornado em Pequenópolis. Roger rouba a chave da nave e ativa a nave, que sai voando na tempestade. Lex mata Roger. A cidade começa a se rehabilitar dos danos.
    Em 2002, Clark adiquire e aprende a controlar a visão de calor; Pete e Clark recuperam a nave; Pete descobre que Clark é alienígena; Clark descobre a Kriptonita vermelha e seus poderes; Clark descobre que o pai de Martha e Jonathan se detestam; Martha é contratada por Lionel como assistente pessoal; Clark descobre Lionel ajudou Jonathan a forjar sua adoção; Clark salva Ryan de uma instituição financiada pela Luthorcorp; Ryan adverte Clarck a respeito de lex; Ryan morre; Lex descobre que tem um irmão bastardo; Clark salva Chloe e Lana de um canalha; Clark encontra as cavernas Kawatche; Clark descobre a profecia sobre sua jornada na Terra; Lana descobre que Whitney morreu na guerra; Lex põe em risco a vida de Lionel e Martha; Martha rouba a chave da nave, que estava no cofre de Lionel; Lionel demite Martha; Lex encontra o irmão bastardo; Clark vai trabalhar no Talon; O Doutor Virgil Swann entrega a Clark uma mensagem vinda de Kripton; Clark aprende a língua kryptoniana; Lana se muda para a casa de Chloe; Clark é processado por ser estabanado (X-P); Lana recebe a visita de uma amiga de infância, Emily, que esta morta há anos, e descobre, com Clark, através de Lex, que a garota é uma experiência de clonagem financiada pela Luthorcorp; Clark e Lana têm seu primeiro encontro; Walden (o biruta que fazia as experiências com meteroro, financiadas por Lex) diz a Lex e Lionel que Clark é um alienígena e deve ser destruído; Jor-El diz a Clark que ele irá "governar" o mundo; Clark destói a nave com uma chave de kryptonita de Lionel; Clark foge de Pequenópolis.
    Em 2003, Clark envolve-se com um policial corrupto (de novo) e Jonathan faz um acordo com Jor-El para trazer Clark de volta pra casa; Lex descobre que é vítima de kryptonita; Clark e Lana salvam uma garota em coma; Clark conhece Perry White; Clark descobre que Jor-El já esteve na terra, há 40 anos; Chloe começa a investiga Lionel, e recebe a proteção de Lex; Após uma dica de Lex, Clark e Lana descobrem que Lionel drogou Lex para insandecê-lo; Lex descobre o segredo de Clark, mas tem sua memória apagada num ratamento de choque (literalmente elétrico); Clark descobre e aprende a controlar sua super audição; Lana aluga o apartamento sobre o Talon para Adam, um jovem misterioso; Clark envolve-se com Alicia, uma garora com poder de teleportar-se, a quem revela seus segredos; Alicia tenta matar Lana; Alicia é internada em Belle Reve; Lana pede a Lex que investigue Adam; Lex e Clark descobrem que Adam foi ressucitado por uma das pesquisas financiadas por Lionel; Adam avisa a Clark para tomar cuidado com Linonel; Lionel investiga o relacionamento de Clark com as cavernas Kawatche e acaba encontrando o Dr. Swann no fim da investigação. Dr. Swann e Lionel fazem um acordo; Pete deixa Pequenópolis para manter seguro o segredo de Clark; Uma falsa Kara-El provoca a revelação a Clark do acordo entre Jonathan e Jor-El; CLark descobre que Lex o está investigando; Lionel vai para a cadeia; Lana vai para Paris; Chloe forja a própria morte, com ajuda de Lex, para testemunhar contra Lionel; Jor-El reeduca Kal-El.
    Em 2004, Kal-El começa a jornada pelas Pedras do Poder, recuperando Cristal de Fogo; Matha descobre a kryptonita negra, que usa para separar Kal-El de Clark; Lois Lane chega em Pequenópolis para investigar a morte da prima, Chloe Sullivan; Lana arranja um namorado na França: Jason Teague; e é marcada com um símbolo após tocar uma imagem na tumba da Condessa Margaret Isobel Thoreaux; Clark e Lois ajudam a salvar Chloe de um assassino; Lana e Jason mantêm o relacionamento em segredo ao chegar em Pequenópolis; Clark conhece Bart Allen; Lex encontra o mapa no manuscrico; Lionel descobre todos os poderes de Clark; Lex interfere no relacionamento entre Jason e Lana; Lana recebe o  diário de Isobel e libera seu poder; Clark descobre que é vulnerável à magia; Lana sonha com Genevieve Teague antes de conhecê-la; Genevieve tira Lionel da prisão; Alicia retorna a Pequenópolis, com uma pulseira que a impede de teleportar-se; Todos a destratam e hostilizam, com excessão de Clark, que fica cada vez mais próximo dela; Clark e Alicia se casam; Alicia revela a Chloe o segredo de Clark; Alicia leva um tiro no lugar de Clark, para proteger seu segredo, e morre; Lex descobre que Jason está trabalhando para Lionel; Jason encontra a Pedra do Ar e a entrega a Lana; Lana forja um roubo e esconde a pedra; Chloe aprende sobre todos os poderes de Clark; Isobel mata Genevieve; O símbolo em Lana some; Lana dá a Clark a Pedra do Ar; O Cristal da Água transforma lionel em pofeta de Kripton; Clark recupera o Cristal da Água do cofre de Lex; Lex leva Chloe às Cavernas Kawatche; Jason morre atingido por um meteoro; Lana encontra uma espaçonave; Chloes faz Lex desmaiar para proteger o segredo de Clark; Clark monta o Cristal do Conhecimento, que constrói a Fortaleza da Solidão; Lana vê os discípulos de Zod desembarcarem da espaçonave; Os discípulos de Zod roubam a chave, á procura de Kal-El; Lex recupera a nave dos Discípulos de Zod; Chloe revela a Clark que conhece seus poderes; Clark revela a Chloe que é kryptoniano; Lionel revela a Lana a maior fraqueza dos kryptonianos (kryptonita, dã!); Os discípulos de Zod caem na própria armadilha e acabam presos na Zona Fantasma; Clark e Lana começam o namoro; Brainiac sai da nave dos Discípulos de Zod.
    Em 2005, Clark e Lex deixam de ser amigos; Lois começa um namoro com Arthur Curry; Chloe consegue um emprego no Planeta Diário; Clark é afetado pela kryptonita prateada; Jonathan candidata-se a senador; Brainiac enfrenta Jor-El, na Fortaleza da SOlidão; Jonathan é eleito senador; Jonathan morre; Clark and Chloe conhecem Andrea Rojas, a primeira vigilante de Metrópolis; Depois conhecem Victor Stone, o Ciborgue; Clark descobre que Lionel conhece seu segredo; Lionel revela Brainiac para Clark; Lex e Lana assumem seu romance; Brainiac infecta os computadores do mundo; Zod baixa no corpo de Lex; Clark é enviado para a Zona Fantasma; Jimmy Olsen consegue um emprego de fotógrafo no Planeta Diário; Clark escapa da Zona Fantasma, seguido por outros cativos do lugar.
    Em 2006, Clark aprendeo super sopro; Lois conhece Oliver Queen; Clark e Oliver descobrem o segredo um do outro; Clark conhece John Jones, o Caçador Marciano; Oliver "funda a Liga da Justiça"; Lana descobre o segredo de Clark; Lana e Lex se casam: agora ela é Lana Luthor; Chloe descobre que é vítima da kryptonita; Lois descobre o projeto de supersoldados de Lex; Lana forja a própria morte; Chloe utiliza seu poder de cura para ressucitar Lois; Kara salva Lex;
    Em 2007, Kara revela a Clark que veio para proteger o Bebê Kal-El; Lois é contratada pelo Planeta Diário; Grant Gabriel assume a direção do Planeta Diário, nova agregada da Luthorcorp; Lana retorna; Lana cria a Fundação Ísis, para espionar Lex; Kara recebe ajuda de Jimmy para encontrar seu cristal; Clark descobre que Lara-El também já visitou o Kansas; Clark conhece Lara e a kryptonita azul; Lex descobre que Grant é um clone de seu irmão Julian; Chloe, Oliver e Clark conhecem a Canário Negra; Clark descobre que Lex ainda está dividido entre o bem e o mal; Brainiac infecta Lana; Lex mata Patricia Swann, pessoalmente, e rouba seu colar, que contém uma chave; Lionel deixa uma chave na mesa de Chloe, no Planeta Diário; Lex mata Lionel; Lex recupera a outra chave; Kara se entrega a Brainiac para salvar Lana; Jimmy faz um acordo com Lex para manter o Departamento de Segurança dos Estados Unidos longe de Chloe; Clark viaja no tempo para resgatar Kara, em Krypton; Lana livra-se do vírus de Brainiac e sai da vida de Clark; Brainiac envia Kara à Zona Fantasma; Brainiac trama para Lex encontrar o controle do Viajante; Chloe é capturada pela Luthorcorp, sob disfarce de Departamento de Segurança dos Estados Unidos; Lex enfrenta Clark com o controle, e faz a Fortaleza da Solidão entrar em colapso.
    Em 2008, Tess Mercer lidera as buscas por Lex e assume a presidência do Planeta Diário; A "Liga da Justiça" resgata Clark e Chloe; Chloe assume o controle da Fundação Ísis, utilizando-o para ajudar vítimas de kryptonita; Clark consegue um emprego no Planeta Diário; Chloe conhece Davis Bloome; É revelado que Tess e Oliver conheceram-se em situação de cativeiro; Tess começa a pesquisar o universo kryptoniano; Davis suspeita ser um Serial Killer; Jimmy batiza o Clark-Herói de Borrão; Clark e Lois são enviados à Zona Fantasma, onde resgatam Kara; Faora, esposa de Zod, revela a Davis que ele é seu filho; Brainiac reprograma Chloe; Clark reconstrói a Fortaleza da Solidão; Oliver encontra Lana; Doomsday sequestra Chloe durante sua festa de casamento; Brainiac revela a Davis que ele é Doomsday; Clark conhece a Legião; Lana mostra a Tess que ela estava sendo usada para espionagem por Lex; Tess desativa a camêra-espiã que Lex implantou nela com um misturador de sinais; Lana implanta em si uma armadura que rouba o poder da kryptonita, dando-lhe super poderes; Clark e Lana conhecem Winslow Schott, o Homem-Brinquedo; A armadura de Lana torna-se tóxica para Clark, separando-os para sempre; Oliver compra a maioria das ações da Luthorcorp, após um acordo feito com Tess, para realizar a fusão com as Indústrias Queen; Davis descobre que Chloe mantém Doomsday adormecido; Chloe e Clark conhecem Zatanna; Tess revela que Davis foi criado e abandonado por Lionel, que acreditava ter resgatado o Viajante; Clark e Chloe descobrem que Davis é Doomsday; Eles tentam matar Davis; Tess recruta um time de meteoralterados para resgatar Chloe e capturar davis;A "Liga da Justiça" enfrenta Davis; Lois enfrenta Tess e acaba enfiando um anel da Legião (!) no dedo; Chloe utiliza kryptonita negra pra separar Davis de Doomsday; Tess ressucita uma legião de kryptonianos; Clark derrota Doomsday; Davis mata Jimmy; Clark torna-se sombrio.
    Em 2009, Clark começa o treinamento com Jor-El; Clhoe transfere a tecnologia da Fundação Ísis para o apartamento que ganhou de Jimmy, fundando a Torre; Lois retorna de sua viagem no tempo, acompanhada de uma ninja; Tess é mantida refém na Mansão Luthor, pelo pelotão de Zod; Lois conhece John Corben; Corben é convertido em Metallo; Lois e Clark iniciam o namoro; Tess descobre que Lois esteve no futuro, e vê como será a Terra sob domínio de Zod: sol vermelho e opressão aos terráqueos; Clark decide unir-se e conquistar a amizade de Zod; A Torre conhece a Sociedade de Justiça da América; Cheque-Mate começa a campanha anti-vigilante; Clark descobre que os kandorianos estão realizando experiências em terráqueos; Clark doa seu sangue para salvar a vida de Zod; A Torre enfrenta Cheque-Mate; Tess invade a Torre, e precisa trabalhar com Chloe pra salvar ambas as suas vidas; Clark descobre que Zod forneceu superpoderes aos kandorianos; Perry oferece uma oportunidade de trabalho a Lois, como agradecimento à troca de informações sobre a Rainha Vermelha; Chloe e Clark encontram Livro de Rao; Oliver é capturado pela Cheque-Mate; Lois descobre que Clark é o Borrão; Clark usa o Livro de Rao para abrir o portal e transportar os kandorianos a seu novo lar. Zod utiliza uma adaga feita de kryptonita azul, mantendo ele e Clark imunes ao portal; Clark crava a adaga em seu abdômen e atira-se do prédio, anulando o poder da kryptonita azul sobre Zod; Lois remove a adaga de Clark e a lança longe, salvando-o; Lois esconde-se para que Clark não descubra que ela descobriu seu segredo; Chloe utiliza o Elmo do Destino; Tess descobre que Lex tem clonado a si meso para sobrevive, e encontra um dos clones abandonado no Laboratório Cadmus, e o batiza Alexander; Chloe se entrega à Cheque-Mate em troca da liberdade de Oliver.
    Em 2010, Clark conhece Cat Grant, uma simpatizante da Ação de Registro de Vigilantes que odeia o Borrão; Tess assume o comando da Torre; Carter Hall aconseha Lois a contar pro Clark o que ela sabe dele; Clark descobre que estão tentando matá-lo; Kara aparece de cara limpa para servir como vigilante, tornando-se celebridade; Kara salva Clark de Darkseid; Braniac 5 mostra a Clark os resultados do que fez, e Clark acaba vendo como será seu futuro; Clark revela a Lois todos os seus segredos; Tess encomenda uma cura para o crescimento acelerado de Alexander da Luthorcorp; Tess e Clark conhecem a Vovó Caridade, uma senhora capaz de mudar as memórias das pessoas; Tess decobre que é filha de Lionel; Oliver decide registrar-se como vigilante e cai numa armadilha; Oliver é testado e torturado pelo Tenente-Geneal Slade Wilson; Clark, Arthur e sua companheira, Mora, salvam Oliver; Clark viaja ao Universo Inverso, e, na volta, traz consigo o Lionel Inverso, clandestinamente; Slade é enviado à Zona Fantasma; CLark descobre a ômega, a marca de Darkseid; Carter  morre; Todos os membros da Torre, exceto Tess, são capturados; Chloe resgata a Torre das instalações do governo; Lionel assume o controle da Luthorcorp e de Alexander; A Ação de Registro de Vigilantes é derrubada; Tess descobre que Alexander tem DNA de Clark; Desaad infecta Oliver com a ômega; Tess revela Alexander para Clark e derruba Lionel do poder; Clark começa a acostumar-se com seu disfarce de invisível estabanado; Zod atrai Clark pra Zona Fantasma, que carrega com ele Oliver, clandestinamente; Oliver e Clark enganam Zod para retornar à Terra, selando a passagem pra Zona Fantasma de uma vez por todas; Kara e Oliver encontram o Arco de Orion, a única arma eficiente contra Darkseid, mas, assim que Kara vai embora, Vovó Caridade surge do nada e destró o arco; Lois decide romper o relacionamento com Clark; Kara parte para unir-se à Legião...

27 de abr. de 2011

OK! Confesso: não consigo ficar calado. Mas não dá pra ficar calado. Acabei de ver a notícia sobre os dados roubados de contas dos clientes do Playstation. Não fiquei nem um pouco surpreso, pelo mesmo motivo que senti que minha inteligência foi ofendida. Eu explico: após esse ataque, as empresas de games 'começaram' a estudar formas de evitar que o consumidor seja lesado. AGORA? Explico novamente: é conhecimento comum aos jogadores de The Sims (e da maioria das franquias de jogos com expansões) que, para garantir os lucros das empresas distribuidoras, os produtos são lançados no mercado antes de ficarem autenticamente prontos. Mais uma explicação: Foram 'popularizados' os famosos patches, pacotes de correção do programa, disponíveis aos usuários dos jogos, para consertar as falhas de programação. Retornando ao The Sims, a distribuição de programas inacabados chegou a tamanha proporção que um dos pacotes de expansão distribuídos era um tormento para os jogadores, por causa da quantidade infindável de falhas que travavam e, em alguns casos, danificavam o jogo. O suficiente para haver clientes, do mundo inteiro, reclamando no site oficial, na sessão do pacote de expansão, que era quase que exclusivamente dedicada às reclamações. Foi onde vi uma corajosa declaração de uma das usuárias, onde ela explicava a solução dessa matéria, motivo da ofensa à minha inteligência. Ela disse que sentia-se prejudicada pois, como consumidora, tinha direito a um produto íntegro e funcional, e ofendida por receber tantos pedidos da EA Games de colaboração na melhoria do programa pois, se o programa fosse entregue como devido, eles não precisariam pedir a colaboração dos clientes. Eis, meus caros, a vossa resposta; o motivo de milhares de dados pessoais terem sido roubados por um hacker; o motivo da minha inteligência sentir-se ofendida: vocês, distribuidores de jogos eletrônicos, não certificam-se, sequer esperam que os produtos que lançam no mercado fiquem prontos. Mas, como disse minha companheira ofendida de The Sims, parece que tornou-se hábito utilizar os consumidores como testers.

21 de abr. de 2011

Uma noite de negligência muito negligenciada...

        Eu não preciso dizer que AMO Glee. Está no meu computador, no meu celular, no meu facebook, e até no meu blog. Então também não preciso dizer o quanto estou decepcionado com "A Night of Neglect", 17º episódio da segunda temporada e 39º da série. Quem ainda não assistiu, melhor nem perder tempo. E não é por causa da personagem da Jane Lynch, perdida na série, sem nenhuma função concreta, ou do fim do casamento quase repentino da personagem de Jayma Mays, menos ainda pela Gwyneth Paltrow ter aparecido para despedir-se quando o Jonh Stamos sequer em fotos. Isso são detalhes de produção, falhas comuns na dramaturgia, do mais porco folhetim brasileiro ao mais preciso musical da Broadway.
        Estava eu assistindo, feliz e contente, ao, finalmente, depois de um mês de negligência, novo episódio, o que deixou muito animado, mesmo tendo começado tão morno. Me animei mais ainda ao aparecer a idéia pro show, com músicas de artistas "negligenciados". Mas foi na hora do show que começou a tragédia: só haviam seis, eu disse SEIS, pessoas na platéia.
        Engoli a forçação do "loser" e continuei assistindo, na esperança de ser mais um plano infalível da Cebolinha da série. Principalmente ao vê-la esforçando-se para boicotar ao máximo um show cuja audiência de seis espectadores contava com quatro de seus soldados do mal. E segui assistindo, pensando com meus borbotões que esses alunos são realmente perdedores natos, pois nem seus pais apareceram. Aliás nem os pais deles nem os dos integrantes da banda! Isso daria em torno de 34 pessoas a mais na platéia...
        Aí veio o número da substituta. Eu olhei pra ela e pensei "ela conhece mais pessoas que todas as personagens da série, é impossível que não haja nin-" E aqui meu pensamento parou, pois aparecerem duas dúzias de violinistas no palco. "Só pode ser armação da Sue. Ela mandou o endereço errado pra todo mundo." Ai, me enganei porque quis... Mas quando veio o número da Mercedes, eu perdi todas as esperanças: Uma apresentação, no melhor estilo gospel, com o CORO DA IGREJA do qual a própria Mercedes é integrnte (que já apareceu no episódio Grilled Cheesus, o terceiro da temporada e 25º da série), um coro de VINTE E QUATRO cantores!
        C*R*LH*! Igreja é boca-a-boca! A única sabotagem possível seria trancar as portas da escola, o que não aconteceu segundo eventos do episódio, e nem teria dado certo. Enfim, a única explicação "engolível" (não é lógica, pois o lógico seria que houvesse alguns gatos pingados a mais indo, genuínamente, assistir ao show; não é plausível, pois só é desculpa pra faltar em compromissos no Rio de Janeiro; sequer é degustável, pois é bem nojenta mesmo) é a chuva que apareceu em UMA CENA de um episódio com personagens incrivelmente SECOS!
        E apesar de ter seus pontos altos (como a interpretação de "All By Myself" pela incrível Charice), o episódio ficou ruim (não quero usar um termo mais incisivo e claro que ruim para não depreciar o termo): Mal escrito (sério, roteiros de Manoel Carlos e Tiago Santiago são mais bem estruturados), com falhas sérias de continuação (a chuva que o diga) e inteiramente inconsistente com o estilo e com o histórico da série. Não vou nem entrar no mérito da inconsistência com a "realidade", que isso nem faz parte do show.
        No fim das contas, o pior não é um episódio tão ruim vir "logo" após o segundo melhor episódio da série. O que realmente entristece é a sensação que dá, ao assistir o episódio, de que a série, finalmente, desandou, e de que é hora de prestar luto a Glee até que, por um incrível milagre, resurja das cinzas.





P.S:    Smallville, que está agora em sua décima (e última) temporada faleceu no episódio 28 (sétimo da segunda temporada) e renasceu somente no episódio 185 (11º da NONA temporada). Será que Glee chega a tanto?

28 de jan. de 2011

Tédio

        Eu tenho uma pequena dúvida. Existe tédio? Estou eu aqui, todo entediado, e não posso deixar de pensar que sou o único responsável por isso, no momento. Quer dizer, quando eu quizer, eu farei algo e o tédio irá embora. E me dá a impressão de que essa sensação de não haver nada pra fazer na verdade é só uma vontade de nada fazer. Aí eu penso que não pode haver tédio, pois, por definição, o tédio não pode ser voluntário.

18 de jan. de 2011

Crônicas de Vampiros - A Velha Guerra

        Eric e Vanessa estão na praça, namorando, quando ouvem um barulho.
ERIC:        Não é nada!
VANESSA:    Como você sabe, se não vai olhar?!
ERIC:        Deve ser um cachorro dormindo!
VANESSA:    Cachorro não dorme!
        Eric levanta do banco, irritado, e vai até a moita verificar. Ele certamente ia matar aquele cão! Era só gravar o cheiro pra caçá-lo durante a lua cheia. Revirando a moita, Eric espanta-se: apesar dos ganidos, não havia nenhum cão, mas sim um homem, nu, se retorcendo. Eric estica os braços para sacudir o sujeito.
ERIC:        Ei, moço! Acorda aí! Moço! Moço?
        O moço vôa no pescoço de Eric. Eric luta para livrar-se dos caninos em seu pescoço, mas quanto mais luta, mais fraco fica: vai perdendo o equilíbrio até desmaiar. O moço larga Eric no chão, fura o indicador direito com o dente e enfia-o na garganta de Eric. Depois, volta ao pescoço e lá permanece até que Eric perca toda a cor.
        Vanessa está paralisada de medo. Ela assiste ao ataque muda, imóvel e completamente surda. Não consegue nem pensar, tamanho é seu horror. O moço levanta e olha pra Vanessa. Seu coração dispara. Ela sabe que vai morrer, como o seu amante. Mas Eric começa a ganir e se debater no chão, o que a assusta. Ela pensa em correr, mas os movimentos de Eric a distraem. O moço sorri. Eric abre os olhos.
TALES:        [Sorrindo.] Bem vindo!
VANESSA:    Eric?!
ERIC:        O que aconteceu?
TALES:        Você está morto.
ERIC:        Morto?
VANESSA:    Como assim, morto?
TALES:        Estou te observando a algumas semanas. E você é perfeito pra ser meu pupilo.
ERIC:        Eu não quero ser seu pupilo.
TALES:        Você não tem escolha.
ERIC:        Eu não posso ser pupilo de um vampiro.
TALES:        E por quê não?
ERIC:        Eu já tenho um tutor.
VANESSA:    Vampiro?
TALES:        Dispense-o.
ERIC:        Eu não posso! [Senta-se] Você escolheu muito mal seu novo aluno.
TALES:        O que te faz pensar assim?
ERIC:        Eu sou um lobo, seu morcego idiota!
        Tales fica surpreso, mas não mais que Vanessa, que, além disso, fica horrorizada. Eric torna a notar a presença da namorada. Levanta-se e segue até onde ela se encontra.
ERIC:        Vanessa? Você está bem? Está tudo bem contigo? [Vanessa faz que sim.] Que bom!
        Eric abraça Vanessa e, instântaneamente, crava os dentes em seu pescoço. O sangue escorre pelas costas de Vanessa, como suor. Ela não se move. Depois de alguns minutos ela está tão gelada e dura que Eric supõe que ela está morta.
ERIC:        O que meu mestre vai dizer agora? Eu, um chupa-cabras!
TALES:        Ei! Mais respeito senhor Luppus Herectus!
ERIC:        Será que eu ainda sou lobo?
TALES:        Nunca ouvi falar de um lobo mordido antes. Isso só tornará as coisas mais interessantes!
ERIC:        Você tem uma visão muito estranha do que é interessante, morcego!
TALES:        Pare de usar esses nomes perjorativos! A partir de hoje, deves me chamar de MESTRE!
ERIC:        Eu já disse que tenho um MESTRE!
TALES:        Bom. Você é vampiro agora. Precisa ficar ao meu lado o tempo todo.
ERIC:        Vocês sangue-sugas não costumavam perguntar se a pessoa quer ou não tornar-se um de vocês?
TALES:        Nós VAMPIROS decidimos nos poupar do trabalho que dá limpar os estragos feitos por esse tipo de oferta.
ERIC:        Já dispensei a primeira lição, não foi?
TALES:        Sim. Vamos à segunda?
ERIC:        Cobrir os rastros? Eu faço isso desde os sete anos!
TALES:        Você é cachorro desde os sete anos?
ERIC:        Não. Mas aprendi mesmo assim. E como lobisomem é mais fácil! É só comer a vítima, queimar os ossos e jogar as cinzas em algum rio.
TALES:        Bom, você não é lobo agora. O que vai fazer?
ERIC:        Vou queimar ela inteira e jogar as cinzas num rio!
TALES:        Não há pessoas que sabem que ela estava contigo?
ERIC:        Ela saiu escondida de casa! Você acha mesmo que se alguém soubesse eu a teria matado aqui?!
TALES:        Você é mais divertido que pensei!
ERIC:        Minha primeira fome não foi nada divertida. [Pegando Vanessa do chão.] Venha. Me ajude a levá-la daqui.

        Eric não sabe explicar, mas sente falta de Vanessa. Ela era só uma das várias garotas do bairro que vivem na cola dele, mas, mesmo assim, tinha algo especial nela.
TALES:        Foi a primeira refeição! Ela substitui o sangue que você perde na transformação.
ERIC:        Quer dizer que é o sangue de Vanessa que está nas minhas veias agora?
TALES:        O sangue, os sentimentos, os pensamentos, ela está em você. E deve ter sido uma pessoa tremendamente narcisista, já que você sente tanta falta dela agora. Mas com o tempo essa confusão passa. Logo você se amará tanto que ficara insuportável!
ERIC:        Se eu soubesse, teria escolhido melhor uma primeira vítima.
TALES:        Pelo menos você se amará! Minha primeira foi uma freira muito amável e caridosa, que me ofereceu ajuda. Agora eu não faço mais nada por mim, mesmo que eu queira.
ERIC:        Que tédio!
TALES:        Nem me fale!
ERIC:        Bom, seu morcego, a conversa tá boa, mas eu tenho que ir pra casa agora.
TALES:        Você não pode!
ERIC:        Me impeça!
        Eric vai a pé pra casa. Tales o segue. Eric corre, pega atalhos, pula obstáculos, anda novamente, até chegar em casa. Ele coloca a chave, abre a porta, mas não consegue entrar. Tenta atravessar a porta várias vezes, mas sempre dá meia volta. Taler ri.
ERIC:        O que é isso?
TALES:        Eu disse. Você não pode voltar pra casa. Não é mais sua casa. É casa de mortais. Precisa ser convidado.
ERIC:        É só meu pai me convidar!
TALES:        Claro! "Pai, sou um vampiro. Me convide pra entrar!"
ERIC:        Já entendi! Já sei pra onde ir.
        Eric volta a caminhar, mas dessa vez ele entra na mata. Depois de alguns minutos, eles chegam a uma estrada estreita, mas dá pra passar um carro. Eles seguem a estrada até chegarem a uma porteira de madeira. Eric abre a porteira e vai até a casa do sítio.
SILVESTRE:    Já vou!
        Silvestre detesta ser acordado. As batidas insistentes na porta da frente só o irritam mais.
SILVESTRE:    Quem será, a essa hora da madrugada?
ERIC:        Sil! Sou eu! Abre logo!
SILVESTRE:    Mas nem é lua cheia ainda! Que diabos esse garoto quer? [Abre a porta.] Entra, vai!
        Eric entra. Silvestre nota o homem parado em sua varanda, bem em frente à porta.
SILVESTRE:    Quem é esse aí?
ERIC:        Você tem que convidá-lo também, senão ele não entra.
        Silvestre não acredita. O que esse garoto pensa, trazendo um morcego pra casa dele?! Será que ele quer morrer cedo?
SILVESTRE:    Eu não vou convidar um chupa-cabras pra entrar na minha casa!
ERIC:        Já convidou.
SILVESTRE:    Nunca convidei! Do que você está fa-
ERIC:        Eu sou um vampiro.
SILVESTRE:    Como... o quê!?
ERIC:        Por favor, Sil. Convide-o.
SILVESTRE:    De jeito nenhum! E que história é essa de ser morcego? [Eric mostra as presas.] Meu Deus do céu!
ERIC:        Sil, por favor!
SILVESTRE:    Eu não vou confiar nesse sujeito!
ERIC:        Você não precisa. Ele tem que me ajudar, e só vai me atrapalhar se lhe fizer algum mal.
TALES:        Você pensa rápido. Eu disse que fiz uma boa escolha!
SILVESTRE:    Mas, se você é morcego, então, como-?
TALES:        Isso descobriremos amanhã. Será noite de lua cheia, não é?
ERIC:        Vamos, Sil! Convide-o de uma vez!
SILVESTRE:    Tá bom! Entra! [Tales entra.] Mas eu não gosto nada de você, cara-pálida!
TALES:        Então nós empatamos, bola-de-pêlos!
        Sentados nos sofás da sala de estar, Eric explica a Silvestre o que aconteceu. Silvestre ficaria enojado se não fosse um lobo velho, que já viu de tudo.
SILVESTRE:    E agora? Eu não quero abrigar um sangue-suga na minha casa.
TALES:        Talvez você não tenha escolha.

        No dia seguinte, Eric acorda cedo e se prepara para ir à escola. Depois do banho e de trocar de roupa, usando o estoque que tem guardado pra ele, pros dias de lua cheia, ele desce as escadas e vai até a porta.
TALES:        Onde você pensa que está indo?
ERIC:        Pra escola! Eu tenho que continuar a levar uma vida normal, no que ela pode ser, ou vão desconfiar, não?
TALES:        Vampiros não podem expor-se ao sol ou viram cinzas, você não sabe disso?
ERIC:        Relaxa! Eu já fiz um test-drive!
TALES:        Um o quê?
ERIC:        Eu deixei meu dedo pegar sol por um minuto, e tudo que aconteceu foi que eu fiquei muito entediado.
TALES:        Um dedo?
ERIC:        Depois eu abri a janela e fique uns cinco minutos observando o brilho do sol sobre as árvores!
TALES:        Você ficou cinco minutos no sol?
ERIC:        Tem muito tempo que você não vê o sol, não é?
TALES:        Eu nem sei mais que cor tem!
ERIC:        Foi muito bonito! Pena que não possa ver.
TALES:        Você é realmente uma coisa muito especial!
ERIC:        Sou não é? Obrigado!
TALES:        Não agradeça ainda. Preciso conversar com o Silvestre mais tarde.
ERIC:        Você não vai sair daqui? Eu preciso ir pra escola!
TALES:        Claro! Me perdoe. Eu só fiquei um pouco fascinado.
        Tales sobe as escadas e entra no seu quarto de hóspede. Ele ouve Eric sair e sente uma vontade muito grande de chorar. Ele espera pela noite dentro do quarto. Lê um livro de cabeceira que há por lá, conta as frestas de madeira do chão, fas um pouco de ginástica... A noite chega. A porta se abre a Silvestre põe a cabeça pra dentro.
SILVESTRE:    Você já pode sair.
TALES:        Ótimos. Podemos conversar na sala?
SILVESTRE:    Devemos. Daqui a quatro horas eu perco controle sobre minha vontade.
        Tales e Silvestre descem para a sala. A mesa de centro tem algo que parece sangue, vinho e uma travessa de queijos.
SILVESTRE:    Espero que não se importe.Eu sempre faço uma degustação de queijos antes da transformação.
TALES:        Fique à vontade. Isso é mesmo sangue?
SILVESTRE:    De galinha. Servido?
TALES:        Claro. Mas vou misturar com um pouco do vinho, tudo bem? Sangue de animal só tem gosto quando misturado a outro tipo de alimento mortal.
SILVESTRE:    Vou buscar outro copo e a garrafa de vinho. [Sai.] Ele está trabalhando no roçado. [Volta.] Fez isso o dia inteiro! [Entrega o copo e o vinho a Tales.] Eu achei que vampiros não podias expor-se ao sol.
TALES:        Não podem.
SILVESTRE:    Isso significa que-
TALES:        Calma! Tudo a seu tempo. Agora, sobre a sua transformação.
        Silvestre explica a Tales o que fazer para manter-se seguro. Tales presta bastante atenção, pois conhece quase todas as histórias de ataques de lobos a morcegos. Elas ocorrem a centenas de séculos, desde que a guerra entre as duas raças começou, e os vampiros sempre levam a pior nelas. Após as explicações, Tales contou a Silvestre algumas das mais chocantes. Eric entra na casa.
ERIC:        Está na hora.
SILVESTRE:    Tem certeza que não que ir?
TALES:        Se o menino não se transformar, precisará de ajuda pra sair.
SILVESTRE:    Lembre-se do que lhe disse: No sótão, até amanhecer!
Vou me lembrar.
        Tales despede-se de Eric, sobe ao sótão e recolhe a escada.

        No dia seguinte, Silvestre acorda deitado em sua cama, ao lado de Eric, ambos nús. Já é dia, mas a lâmpada está acesa, pois Tales está no quarto, e não suporta a luz do sol. Eric levanta e espreguiça-se, sorrindo.
ERIC:        Bom dia povo!
        Eric bagunça ainda mais o cabelo de Silvestre, abraça Tales, e sai do quarto.
SILVESTRE:    O que aconteceu?
TALES:        Eric te levou até a cozinha, serviu uma porção de bifes, depois vocês subiram pro quarto e começaram a brincar. Nós ficamos aqui, a noite toda, até vocês adormecerem. Engraçado, vampiros não dormem.
SILVESTRE:    Nós? Você estava conosco?
TALES:        Sim. De alguma forma Eric o acalmou. Você parecia um cachorrinho depois que ele fez o que fez!
SILVESTRE:    E ele?
TALES:        Totalmente transformado. Ele pode ter usado um truque mental que nós vampiros podemos usar, mas eu ainda acho que ele só conversou contigo.
SILVESTRE    Ele conversou, como assim?
TALES:        Parecia conversa. Eu não entendo cachorrês, então não posso afirmar. Mas, pela cara dele, ele não esqueceu, e vai responder a todas as nossas perguntas quando chegar. Eu nunca fiquei tão perto de um lobisomem transformado antes.
SILVESTRE:    Eu não dei a pata, dei?
TALES:        Vocês divertiram-se. E foi fantástico! E ele não esteve fora de si em momento algum!
SILVESTRE:    Como você sabe?
TALES:        Eu sei! Eu vi.
SILVESTRE:    Isso é formidável! Se eu pudesse me lembrar...
TALES:        Você não precisa! Ele pode contar tudo, ou eu mesmo posso.
SILVESTRE:    Isso significa que ele é lobisomem e vampiro?
TALES:        Isso significa que talvez nossa guerra chege ao fim enfim!
        Tales e Silvestre encaram-se enquanto ouvem Eric arrumar-se pra ir à escola. Quando Eric grita "tchau povo" e fecha a porta da frente, Tales chora, e Silvestre sorri.

12 de jan. de 2011

Crônicas de Vampiros - Acidentes

        Nico é um detetive peculiar. Faz todo tipo de serviço investigativo, é freela da polícia federal e desvenda até adultérios. Mas sua especialidade não é algo muito comum.
        Quando tinha doze anos de idade, Nico presenciou uma cena absurda: assistiu um assassinato. (!!!) Aí você pergunta: o que é tão absurdo nisso? Até aqui nada, mas considerando que a vítima apareceu andando e inteiro no metrô, após ser dado como morto por um tiro na cabeça. Nico ficou assustado, mas ficou tão intrigado com o "evento" que decidiu seguir o sujeito. Logo ele estava pesquisando, estudando, investigando e infiltrando-se. E foi assim que Nico tornou-se um caçador de vampiros. Mas não um caçador comum, afinal, quem é que ganha a vida caçando monstros que ninguém sabe que existem? Os irmãos Winchester? Não, Nico caça vampiros para seres muito mais interessados no assunto. Claro, ninguém mais interessado que os próprios vampiros.
        Neste dia em especial, Nico estava terminando de examinar algumas fotos, de um possível homicídio duplo, para a polícia, quando um de seus clientes mais inusitados entra em seu escritório.
        Escuro é um vampiro albino, geralmente de aparência calorosa, mas hoje ele estava estranhamente frio.
ESCURO:        Foi um acidente.
NICO:        Você vive se metendo em acidentes.
ESCURO:        Dessa vez, não fui eu.
NICO:        E o que você está fazendo aqui então?
ESCURO:        Sempre que há um acidente, pensam em mim. Mas dessa vez é um erro grave. Eu sei que sou estabanado, mas não a esse ponto.
NICO:        Explique-se.
ESCURO:        Houve uma Transmutação.
NICO:        E onde está o acidente?
ESCURO:        Este é o acidente!
        Nico não entende a informação que acaba de receber. Será que isso é alguma piada de mau gosto, ou uma insinuação para Transmutá-lo?
NICO:        Escuro, como é que uma coisa dessas pode ser um acidente?
ESCURO:        É por isso que estou aqui. Você conhece os procedimentos, e nós temos a tecnologia. Precisa descobrir quem fez isso antes que me encontrem e arranquem minha cabeça!
NICO:        Desculpe, mas como vou saber quem Transmutou o Bebê?
ESCURO:        Quando encontrá-lo, traga-o até mim.
NICO:        Sendo o caso, então é melhor você vir comigo. Com sua cabeça a prêmio, o lugar mais seguro pra você é ao meu lado.
        Isso, de fato, era verdade. O código dos vampiros era claro, nada de resolver assuntos internos na presença de mortais. E, com todo o conhecimento do universo vampírico que Nico possui, nenhum vampiro ousaria arrastar Escuro de sua presença enquanto ele o estivesse protegendo.
NICO:        Temos um acordo?
        Após acertar os detalhes da investigação, Nico e Escuro foram até a cena do crime e coletaram duas amostras de sangue: Uma da primeira vítima e outra do Bebê. Agora só faltava distingüir quem era quem, pra isso, nada melhor que um bom trabalho de investigação.
        Nico e Escuro não tiveram muito trabalho para rastrear o Bêbe. Ele drenou todos os clientes e funcionários de um posto de gasolina próximo à cena do crime. Mas o mais curioso foi que quase todos os clientes drenados eram funcionários de uma empresa nas proximidades. Isso foi confirmada por um de seus colegas, que passava pelo local quando Nico e Escuro investigavam.
SÍLVIO:        Sim, todos eles. Provavelmente vieram comemorar a promoção do Isac. O desgraçado ficou com o meu cargo. Bem feito pra ele!
ESCURO:     Isso só reforça a coincidência, Nico. Foi muito azar deles, só isso.
NICO:         Bom, deve haver algo aqui pra nós. Talvez as câmeras possam ter gravado algo.
        Toca o tema do Batman. Escuro sempre teve muito bom humor. Ele atende o telefone, grune algumas coisas, e desliga.
ESCURO:        Isac não esteve aqui. Ele é uma das vítimas.
NICO:        Você tem certeza?
ESCURO:        Há mais rastros saindo daqui. Todos seguem a direção da casa da outra vítima. É um palpite mais seguro não é?
        Nico afirma com a cabeça.
ESCURO:        Além disso, o outro já tem um extenso histórico de agressões e confusões. Aposto que seria perfeitamente capaz da fazer esta lambança aqui, sem pestanejar.
NICO:        Talvez... Mas eu acho que alguém tão violente teria deixado sangue no chão.
        Nico e Escuro seguem pra próxima pista. Um carro bateu em um poste, e uma prostituta foi drenada até a morte. Há muito sangue no chão.
ESCURO:     Eu conheço ela. É Mercedes! Ela atende vampiros.
NICO:         Ela é masoquista?
ESCURO:        Sim. E das melhores.
        Nico ri. Ele não esperava que seu sarcasmo fosse confirmado. Enquanto anota a placa do carro acidentado, alguém aproxima-se.
TÍBIO:        Por que, Escuro, é sempre você?
ESCURO:        Não fui eu.
TÍBIO:        Cuidado, Nico. Vai acabar perdendo seus créditos com a comunidade vampírica, protegendo esse estabanado!
NICO:        Este estabanado é o principal motivo dos meus créditos com a comunidade. Darei a ele um voto de confiança.
        Nico entrega uma folha de papel a Escuro.
NICO:        Quero que você verifique pra mim. Poder ser do sujeito.
TÍBIO:        O Castelo não está nem um pouco satisfeito com você, sabia?
ESCURO:        Diga ao Castelo que eu não dou a mínima, se eles realmente acreditam que eu sou burro!
NICO:        E avisem a eles que Escuro não sai do meu lado enquanto eu não resolver esse caso.
TÍBIO:        Nesse caso, é melhor eu ir com vocês.
ARSENO:        Não seja ridículo, Tíbio.
        Arseno não sai das sombras, pois é um membro do mais alto escalão vampírico. Não pode mostrar-se a nenhum mortal. Mesmo conhecendo Nico.
ARSENO:        Você é muito burro pra isso. Nós registramos suas declarações, Nico. Vamos mandar alguém de confiança para acompanhá-lo em sua investigação. Apesar da sensação de desaforo, nós confiamos em seu julgamento. Você sempre faz as coisas da forma mais adequada.
        Nico toma o papel de Escuro e entrega-o a Arseno, na escuridão.
NICO:        Aproveita e verifica isso aqui pra mim.
ARSENO:        Certamente. Pode prosseguir com sua investigação. Nós o encontraremos, enquanto estiver com Escuro. VENHA TÍBIO!
        Tíbio segue para a escuridão, encarando Nico.
        Nico e Escuro chegam a um beco.
NICO:        Este beco aqui está com seu nome, Escuro.
ESCURO:        Há há há! Muito engraçado! Quer fazer seu trabalho, em lugar de gracinhas?
NICO:        Veja. Mais sangue.
CASTIEL:    O número que forneceste confere com a placa do carro de uma das vítimas.
NICO:        Faz algum mal vocês anunciarem-se antes de falar?
CASTIEL:    Desculpe-me. Sou da velha-guarda. Ainda não acostumei-me com os novos costumes.
NICO:        Pelo visto, nenhum de vocês! O nome do cara é Breno?
CASTIEL:    Sim.
NICO:        Se o palpite de Escuro estiver correto, é melhor irmos à casa dele.
CASTIEL:    Agora que somos dois, poderemos levá-lo mais rapidamente ao teu destino. E, a propósito: foi muito engraçado.
NICO:        O que foi engraçado?
CASTIEL:    A piada do beco. Já pensaste em ser humorista?
        Seguem os três até um casarão. Uma enorme mansão. Este é o lugar. Apesar de não haver sangue, nem corpos pelo chão, tudo está silencioso. Não há nenhum empregado. Nem jardineiros, nem porteiros, nem seguranças, ninguém. Tudo muito estranho para uma mansão desse porte.
NICO:        Bem, vamos entrar!
        Eles abrem os portões e entram.

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        Isac era um bom moço: sempre na linha, sendo gentil com todos ao seu redor, nunca levantou a voz pra viv'alma. Neste dia ele estava inspirado, tinha acabado de receber a melhor de todas as notícias: foi promovido a presidente da empresa de venda de cosméticos onde trabalhava. Após prestar, respeitosamente, todas as condolências a seu antigo chefe, cuja demissão resultou em sua promoção, Isac desceu a seu cubículo para recolher seus pertences. Não é comum um simples atendente de telemarketing subir tão repentinamente numa empresa, mas Isac já vinha fazendo o trabalho de seus superiores a meses, motivo pelo qual Sílvio foi dispensado da presidência. Agora ele poderia fazer todas as coisas que sempre fez, oficialmente. Muito contente com o próprio progresso, Isac fez serão, dispensando todas as horas extras, e até beneficiou os funcionários de sua empresa com horas extras inexistentes. Tudo valia pra comemorar.
        Combinou com os amigos de encontrarem-se no posto de gasolina da esquina, pra beber e assistí-los zoar com os motoristas que abastecem por lá. Ele próprio não cometeria o desaforo de zoar ninguém. Terminou o serviço e saiu, tão feliz que esqueceu de olhar para os dois lados da rua antes de atravessar...
        Felizmente, o motorista saiu, aparentemente, para socorrê-lo. Mas, infelizmente o motorista foi abordado por outra pessoa. Isac não entendia direito o que estava acontecendo, estava ficando fraco. Sentiu sangue respingando em seu rosto, ouviu um hurro violento; sua fraqueza já começava a dar-lhe sede: ele lambia os lábios na esperança de que um pouco do próprio suor o aliviasse. Houve uma briga. Outro hurro, dessa vez foi um de pavor. Isac também ficaria apavorado se não estivesse definhando. Não era justo que, no momento mais glorioso de sua vida, ele morresse. "Eu não posso morrer agora", ele pensou. Foi quando ele sentiu uma mordida, e mesmo nunca tendo sido mordido em sua vida, Isac sabia que esta era muito estranha. A fisgada das presas em sua jugular auxiliaram ainda mais drenagem de seu sangue, deixando-o cada vez mais fraco, mais inconsciente...
        E, de repente, Isac acorda. Mas não foi como acordar após o sono. Ele sentia-se mais forte, mais ágil, mais esperto, mais dono de si, corajoso. Nem mesmo a visão do demônio à sua frente o assustava. O vampiro parecia atônito com a possibilidade de sua nova vida, talvez afrontado, Isac não se importava mais. Tudo que importava agora era que ele acabara de renascer, e que tinha um mundo completamente novo para explorar, bem diante dos seus olhos.
        Ele retornou à sua sala. Tinha uma muda de roupas extras, sempre à disposição, para casos de emergência. Aquele parecia o caso. Ele não precisava olhar pra saber do sangue em sua roupa. O cheiro do próprio sangue parecia muito apetitoso para ele. Antes de colocar a roupa numa sacola, ele lambeu o sangue na camisa. Era imposível descrever a sensação. Era melhor que comer, melhor que beber, melhor que sexo, melhor que dormir. E ele precisava de mais. Queria explorar essa nova sensação.
        Quando Isac chegou ao posto de gasolina, seus colegas não puderam notar a diferença nele, pois ele já estava diferente. A promoção. Isac comemorou esse ponto a seu favor sendo o mais silencioso possível. Primeiro ele atacou os frentistas. Testou sua velocidade escondendo-os atrás de um carro estacionado, longe do campo de visão de seus amigos. Enquanto drenava-lhes o sangue, tomava muito cuidado para não desperdiçar nem uma gota. E quanto mais sangue ele drenava, mais poderosas eram suas habilidades.
        E ele quer mais. Ele ataca os funcionários e clientes da loja de conveniência. Em seguida ele torce os pescoços de todos os seus amigos. Quase todos. Ele amarra a Sandra a um poste, amordaçando-a com uma flanela suja.
ISAC:        Isto é para você assistir o fracassado que você rejeitou, no máximo de seu potencial, logo após alcançar a presidência. E pra você entender o quanto você é imbecil, antes da sua morte.
        Isac drena lentamente todos os seus amigos. A cada mordida, encara Sandra nos olhos. A cada amigo drenado, mostra um largo sorriso vermelho, de prazer, de êxtase. E quando acaba, desamarra Sandra, e a agarra pelos cabelos.
ISAC:        E agora, prostituta dos céus, você vai morrer fazendo exatamente o que eu sempre quis que você fizesse.
        Isac rasga a roup de Sandra, põe o pau pra fora e a obriga a chupá-lo. Ela tenta mordê-lo muitas vezes, mas não adianta, isso só aumenta o prazer de Isac. Ele a obriga a engolir seu pau várias vezes, goza várias vezes, até cansar da posição. Prensa-a de cara no poste e começa a currá-la. E a cada gemido de dor, cada choro de desespero, ele soca mais forte, e mais rápido. Ainda insatisfeito com o resultado de sua agressão sexual, ele a joga no chão, e enquanto lambe seus seios, mete frenéticamente em sua boceta, cada vez mais excitado com o pavor da amiga. E enquanto ela não gozar, ele não pára com a sujeira. É assim que ele se sente. Sujo. E ele gosta disso. Sandra para de chorar. Agora ela brilha. Ele sabia. Essa sonsa não poderia resistir muito tempo. E, enquanto ela goza, gemendo de prazer e dor, ele crava os dentes em seu pescoço, drenando-a até a morte, enquanto fode e goza nela.
        Isac admira sua obra, fica eufórico. Nunca em sua vida imaginou que fosse capaz de nada tão grandioso. Seu esforço para discrição não o abalou. Nem mesmo seu coito, sequer o fez suar. Ele precisava agradecer ao reponsável por seus novos poderes. E ele sabia como. Só precisava da placa do carro dele.

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        Quando saiu de casa, Breno foi direto pra zona. Aquela esposa de sexo mequetrefe que ele tinha em casa podia até ser bela, mas era uma freira na cama. E para um bom sexo, nada melhor que uma boa flor da zona. Mesmo arriscando mais uma briga com Lílian. Ele encerraria a discussão com bons socos, como sempre faziam. Às vezes parecia até que ela gostava de apanhar. Mas não o suficiente para Breno. Sua flor favorita, Mercedes, adorava todo tipo de tortura. Gozava fácil com joelhadas e puxões de cabelo. Sua única exigência era que não arrancasse nenhum fio de cabelo de sua cabeça.
MERCEDES:    Aparência ainda é muito importante na minha profissão. Eu posso maquiar hematomas, mas peruca qualquer cliente nota!
        Mercedes custava caro, mas valia seu preço. Diferente de Lílian, que nunca estava contente com seu comportamento, principalmente na cama. Às vezes ele tem a impressão que ela engravidou de própósito, só pra dar o golpe do baú. Mas ele sempre fez questão de deixar claro que, pra receber as recompensas desse golpe, ela também deveria pagar. Afinal, ele poderia muito bem tê-la obrigado a fazer um aborto, ele tem meios para isso. Mas o melhor partido da cidade precisa e merece ter uma bela esposa ao seu lado. E o primeiro preço do casamento foi a lua de mel em Las Vegas. Ele não a tocava, pois estava grávida, mas a distraía nas máquinas de caça-níquel e nas mesas de dados, enquanto se divertia com coristas no quarto. Numa dessas diversões ela apareceu, e ele decidiu escurraçá-la do quarto a pontapés.
        Ela também teve de abandonar a carreira de modelo, afinal Breno precisava de uma esposa em tempo integral. Mordomos e governantas podem ser ótimos para cuidar da casa, mas é a dona da casa quem deve tomar as decisões. E ela deveria batalhar muito pra manter a forma física, pois esse foi um dos dois únicos motivos de haver um casamento.
LÍLIAN:        Mas amor, gravidez engorda!
BRENO:        Sendo assim, eu contrato uma ama de leite e você passa fome até voltar à boa forma.
        Duro. Ele precisava ser duro. Não entenda mal, ele ama a esposa. Mas ele foi traído, enganado pela ganância dela, prendado com a falsidade de uma pistoleira. Também esfregou isso na cara dela quando saiu num jornal uma foto dele com uma vagabunda, em uma boite. Ele bateu tanto na mulher aquele dia que a babá teve de tirar a criança da sala. E ai dela se procurasse outro homem que não ele! Ele tinha muita gente na cola dela, de olho nela. Mulheres e gays, pra não correr nenhum risco. Todos testados e aprovados como tais. E se ela quisesse abandonar o hábito na cama, deveria ser com ele, seu marido, que a anos deseja essa libertação.
        Mercedes não estava. Ele esperou em vão. Sua sede hoje não poderia ser saciada por mais ninguém. Nenhuma das outras funcionárias da casa era competente pro serviço. Entrou no carro novamente mas não teve coragem de dar a partida. Ficou ruminando. Olhou pro porta CDs do carro e espantou-se com o rosto do Justin Bieber. Coisa do filho. Outro erro da maldita da esposa. Estragando seu filho. Transformando o garoto numa mariquinha. O único herdeiro de seu nome. Fez uma nota mental para quebrar o CD na cabeça do garoto e dar-lhe uma surra que ele jamais se esqueceria. O que ele já deveria estar afzendo a muito tempo com o menino. Homem tem que aprender a apanhar: não dá pra ganhar uma boa briga sem apanhar. Era isso! Homem apanha numa boa, era um que ele procuraria. Não exatamente um homem, mas aquelas bichas travestidas já devem estar tão acostumadas com as agressões físicas a que estão sujeitos em sua profissão...
        Ligou o carro e saiu. Não acreditou que a bichice do filho o tivesse inspirado e encontrar sexo de qualidade. Fez outra nota mental: aumentar seu contato com os gays. Será útil quando Mercedes não estiver disponível outra vez. Ele poderia começar seu plano dentro de sua empresa, contando vantagens para os sócios. "Comi uma bicha ontem", ele diria, "e foi genial." Essa é a vantagem de ser multimilionário: não existe diferença entre os erros cometidos, todos têm o mesmo Valor, e não há nada, nada mesmo, que o dinheiro não resolva. Principalmente neste país, onde corrupção é cultura. E esse cara que não olha pra onde anda?!
        Parou imediatamente o carro e correu para socorrê-lo. Ele sangrava muito, seria melhor não arriscar movê-lo.
BRENO:        Não morre, eu vou chamar ajuda.
LOUCO:        A ajuda já chegou.
BRENO:        Quem é você?
LOUCO:        A morte!
        Presas? Breno não acreditou. No meio de uma emergência, ele tinha que lidar com um louco! Sacou o canivete do bolso e, enquanto o louco avançava em sua direção, investiu um golpe no agressor. O corte que ele fez na jugular do infeliz espirrou muito sangue. Ele ficou sujo de sangue dos peitos à cabeça. Enquanto tentava desengasgar do sange em sua garganta, o louco hurrou de raiva. Breno não acreditava, aquele lunático não demonstrava o menor sinal de fraqueza. Olhou o sangue eu seu peito, largou o canivete e partiu pra cima do louco. Bateu naquele indivíduo como nunca havia batido em ninguém, mas acabou sendo dominado. Os olhos do homem que o agarrava brilhavam, de verdade, emanando luz. No pescoço não havia o menor sinal de corte. Quando teve sua cabeça forçada contra seu ombro esquerdo, sentiu, pela primeira vez em sua vida, medo. Sentindo a morte chegar, gritou, o maior hurro de sua vida, quase um choro...
        Acordou. Ele estava bem, no final. Sentou-se onde estava. Olhou pro corpo do atropelado. Pela quantidade de sangue no chão, ele já deveria estar morto. Olhou pro seu peito. Sua camisa estava seca. Sentiu um movimento ao seu lado. O morto estava de pé? Como? O morto sorria enquanto o encarava. Breno estava assustado. Assustado de verdade. Boquiaberto. Os olhos do defunto também brilhavam de verdade. Breno sentiu que estava diferente, mas não queria saber. Precisava ver sua família, ir pra casa. Agora que ele sabia que monstros existem, precisava mudar sua vida.
        Ele sente-se estranho. Uma sede incomum. As ruas estão vazia, então ele decidi ir mais rápido. No espelho retrovisor, ele vê algo estranho: o zumbi que ele atropelou, seguindo-o, sem carro, veloz o suficiente para ser distingüido no espelo. É a distração que precisava pra bater o carro. O air bag não o atrapalhou de sair do carro. Ele procurou a criatura que o seguia, mas não encontrou. Em vez disso, encontrou Mercedes, estranhamente contente ao vê-lo.
MERCEDES:    Eu não acredito! Isso é maravilhoso! Você também!
BRENO:        Mercedes? Eu o quê?
MERCEDES:    Ora! Não se faça de bobo! Você sabe!
BRENO:        Não, não sei. Me explique!
        Mercedes aproxima-se e abraça-o.
MERCEDES:    Essa eu faço por minha conta!
BRENO:        EU NÃO QUERO!
MERCEDES:    [Rindo.] Como assim, meu amor? VOcê sempre quer! E você adora me morder.
        Breno atira Mercedes ao chão, ainda incrédulo.
MERCEDES:    Isso! Esse é você! Sempre pronto pra uma aventura, sem culpa, sem escrúpulos! Você, meu amor, é um legítimo cafajeste!
        Tomado por uma raiva imensurável, Breno pula pra cima de Mercedes, mordendo seu pescoço. O sangue faz sua sede passar. Depois de toda a água que ele bebeu, logo o sangue? Ele não consegue parar. A sede é muita. E jorra muito sangue. Ele não consegue sugar tudo, mas não se importa. Ele vai beber tudo que puder. O sangue acaba. Ele sente-se muito melhor, mas não acredita no que acabou de fazer. Ele precisa fugir. Ele corre, corre o mais rápido que pode, e percebe que o mais rápido que pode é mais rápido que seu próprio carro. Ele pára, assustado.
        À sua esquerda há um beco escuro. Ele decide esconder-se, até entender o que se passa, decidir o que fazer. Ele não pode voltar pra casa assim. No beco, mendigos assustam-se com o sangue em sua roupa e atiram-lhe paus e pedras para expulsá-lo. E não sente a dor, mas a insistência dos mendigos o irrita. Ele começa a drenar um dos mendigos e os outros fogem imediatamente. Ele para de beber o sangue antes de acabar, mas o homem em seus braços já está morto. Agora é definitivo. Ele só tem um lugar pra ir.
        Quando ele chega em casa, sua esposa, aparentemente, está no meio de uma festa. Lílian está dançando com um rapaz muito jovem quando o vê. Ficaria histérica se não tivesse visto o sangue na roupa e no rosto do marido. Ele não tem coragem de aproximar-se mais, mas fica adimirando-a à distância, esperançoso que Lílian sinta a dor em seu olhar. Lílian usa uma desculpa para ausentar-se da festa por alguns instantes e leva-o até a ante-sala.
LÍLIAN:        O que aconteceu, Breno?
BRENO:        Eu não sei! Foi horrível, foi cruel... e eu- eu não sei explicar, Li. Eu não sei dizer- contar- eu...
LÍLIAN:        Que tal começar pelo começo?
BRENO:        Eu- eu atropelei um homem. Aí eu fui prestar socorro, mas apareceu um louco e me atacou. Ele me mordeu! Eu apaguei, e aí quando eu acordei o homem que eu atropelei levantou, e saiu andando, e tinha muito sangue, e tudo que eu conseguia pensar era em você, e no Lucas, em como eu preciso deixá-los em segurança, em-
        Breno olha no espelo. Seu rosto escurecido pelo sangue dá ainda mais destaque ao azul de seus olhos, brilhando, de verdade, e às presas em sua boca aberta de medo. Ele chora. Chora copiosamente. Sente-se castigado por ter sido tão cafageste a vida inteira, com todos os seus amigos e todas as pessoas que ama, com sua família, com seus empregados. Até mesmo o incompetente que ele demitiu da presidência na matriz de sua empresa. Castigo por todo o mal que ele fez.
BRENO:        Eu preciso ir embora!
LÍLIAN:        O quê? NÂO!
BRENO:        Li, eu tenho que ir embora! Eu matei duas pessoas, eu não posso ficar, tenho que desaparecer!
LÍLIAN:        Você não pode ir! Eu- eu não posso ficar sem você.
BRENO:        Mas deve. [Breno mostra o rosto a Lílian.] Eu sou perigoso.
        Lílian encara o novo rosto do marido, apavorada.
LÍLIAN:        Não importa! Eu não quero! Você é meu marido, eu o quero ao meu lado, sempre. Não importa como esteja, não importa o que faça, não importa o que você é, pois é o que eu amo! E eu o amo muito, Breno, demais pra o deixar partir!
        Lílian abraça Breno. Ele não consegue acreditar. Depois de tudo que fez, de tudo que passou, tudo que queria estava acontecendo. Agora ele sabe que sua doce Li não havia traído sua confiança, que o ama de verdade, e o quer estar ao seu lado. Seu filho poderia até mesmo ser de fato gay diante desta nova realidade, ele não se importa mais. O perfume de Lílian é doce. Abraçam-se. Tão doce quanto o sangue em seu rosto. Beijam-se. Ele precisa sentir o sabor desse perfume. Breno crava os dentes no ombro de Lílian, e imediatamente afasta-se dela. Ela aproxima-se dele, e abraça-o novamente.
LÍLIAN:        Eu não me importo, mesmo! E eu sei que você gosta. Só não tinha coragem de encarar. Mas, diante do que aconteceu, do que você se tornou, eu acho que esse deve ser meu menor temor agora.
        Breno não acredita nisso também. É mais que a realização de uma vontade, é a realização de um sonho. Ele agarra Lílian e beija-a, rasgando-lhe a roupa e começando o sexo em pleno chão. Enquanto beija o corpo da esposa, escuta seus os gemidos de prazer e crava os dentes em seu pescoço. Enquanto faz amor com a esposa, bebe seu sangue, bebe até gozar. Então ele para de beber e olha, muito contente, para Lílian. Sua felicidade desaba ao vê-la pálida no chão, imóvel, o olho sem piscar. Lílian morreu sorrindo. Seu ato final foi fazer as pazes com o marido. Transtornado, Breno levanta, deixa as calças caídas no chão e volta pra sala. Hurra bem alto, expulsa todos os convidados da casa, que saem assustados, e dispensa todos os empregados. Sobre pro seu quarto de se tranca no armário.

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        Nico e os dois vampiros entram na sala. Há móveis revirados e louça quebrada, mas fora isso, tudo parece limpo. Castiel encontra Lílian, na ante-sala.
CASTIEL:    Parece que estamos seguindo o rastro correto.
NICO:        Ele deve estar por aqui. Ele não tem pra onde ir.
ESCURO:        Tem uma pessoa chorando aqui.
CASTIEL:    Lá em cima.
        Breno mal consegue enxergar com as lágrimas em seu rosto. E a cada esforço para não hurrar, mais lágrimas sobem aos seus olhos. A fresta de luz do armário se expande e ele enxerga três vultos atrás das lágrimas, dois pontuados por brilos muito familiares.
BRENO:        [Hurrando.] NÃO! SAIAM DAQUI! ME DEIXEM EM PAZ, SEUS MONSTROS, ZUMBIS DOS INFERNOS!
NICO:        Sossega, criatura. Eles vieram ajudar.
ESCURO:        Sim. E eu preciso da sua ajuda!
        Ajuda. A palavra que ele esperou ouvir a noite inteira. Breno acama-se e enxuga os olhos. Olha no fundo dos olhos de Nico.
BRENO:        Minha mulher. Eu matei minha esposa. [Chora.] Eu não queria! E eu não quero que aconteça o mesmo com meu filho. Eu preciso mesmo de ajuda.
NICO:        Nós vamos ajudar. Mas precisamos que você identifique quem o Transmutou.
BRENO:        Quem o quê?
NICO:        Quem o transformou em vampiro.
ESCURO:        Ele não é muito esperto.
NICO:        Você acha que pode?
BRENO:        Claro que posso! O desgraçado me atacou enquanto eu tentava socorrer um cara que atropelei.
ESCURO:        Fui eu?
BRENO:        Se tivesse sido, você já estaria morto!
ESCURO:        É justo.
NICO:        É mais que justo. Agora você pode sair da minha cola, né?
ESCURO:        Ainda não. A gente tem que achar o sujeito primeiro.
NICO:        Escuta, depois daquele trabalho perfeito no posto de gasolina, como foi que você surtou assim?
BRENO:        Posto de gasolina? Eu fiz nada em posto de gasolina nenhum, por quê? Morreu alguém?
        Escuro e Castiel riem.
NICO:        Uma dúzia de pessoas.
CASTIEL:    Deve ter sido o Criador.
NICO:        Espere. Você disse que atropelou alguém?
BRENO:        Sim. Ele atravessou a rua sem olhar e-
NICO:        [Mostrando uma foto de Isac.] É esse o cara?
BRENO:        Sim, é ele! E o sonso ainda tentou me seguir depois!
NICO:        Outro Bebê.
ESCURO:        O Castelo vai precisar fazer uma cerimônia de desculpas pra mim.
CASTIEL:    Vai mesmo. Isso é muito constrangedor. Eu vou ligar pra Torre, informá-los que temos mais um Bebê acidental à solta.
ISAC:        Você é humano!
        Todos se voltam para Isac, surpresos.
NICO:        Você também já foi.
ISAC:        Deve ter muita coragem para andar entre vampiros.
NICO:        Eu sei me virar. O que você veio fazer aqui?
ISAC:        Eu não lhe devo satisfação-
CASTIEL:    Deves satisfação a quem o Castelo decidir.
ISAC:        Castelo?
ESCURO:        Você achou que ser vampiro á baderna?
BRENO:        E como não achar! Nós fomos abandonados, lembra?
ISAC:        Nós? Você me deixou ir!
BRENO:        Claro! Você levantou da cova feito um zumbi. Eu pensei que você estava morto!
ISAC:        Mas você me trasformou!
BRENO:        Eu? Eu não! Eu só te atropelei! E estou no mesmo barco que você. Completamente desorientado.
ISAC:        E eu que vim agradecer o meu criador...
CASTIEL:    Terás a oportunidade. Quando o encontrarmos. Tens computadores conectados à internet nessa casa?
        Breno leva todos ao escritório. Ele liga o computador e segue as instruções de Castiel.
ESCURO:        Vocês irão levá-los pro Castelo?
CASTIEL:    Sim. Lá eles receberão instrução adequada à situação deles.
ESCURO:        E o menino?
CASTIEL:    Fica com o Nico até o pai estar pronto.
NICO:        O quê?
CASTIEL:    É necessário. E ninguém melhor que tu pra ensinar sobre nós a um mortal.
ESCURO:        Ele está certo.
NICO:        Eu espero que vocês matem esse sujeito quando o encontrarem, ou essa será a minha primeira lição ao garoto!
BRENO:        Achei! É este aqui!
        Nico olha pra tela. Seu sangue ferve. Agora o caso era pessoal. Quer dizer que, além de fazer a besteira, ele ainda tentou armar uma armadilha pra se livrar? E pra se vingar dele?
NICO:        Não precisam se preocupar. Eu vou pegar o menino e ele vai matar esse safado por mim!
BRENO:        O quê?
NICO:        Ele aproveitou a situação pra tentar tirar o Escuro da minha cola! Eu já o poupei uma vez. Dessa vez, eu o verei MORRER! Qual o nome do seu filho?
BRENO:        Lucas, mas-
NICO:        [Berrando.]LUCAAAAAAAAAAAS! LUCAS, DESCE AQUI AGORA!
BRENO:         Mas o que você está fazendo?
ISAC:        E eu ainda não agradeci!
CASTIEL:    Não exaltem-se. Isac e Nico terão o que querem. Breno, vá com Nico, buscar seu filho. Escuro, vá com eles.
        Breno sai muito relutante, seguido por Nico e Escuro. Castiel saca um celular e liga para o Castelo. Aparentemente, o culpado havia fugido, mas não seria difícil encontrá-lo.
        Num beco largo, Tíbio se retorce na parede, à qual esta preso por correntes de prata. Nem ele acredita que caiu numa armadilha tão velha. Uma embosca. Um corredor com uma porta revestida de prata no final, e dois caçadores com correntes. Só não entendia por que deveria esperar ali. Isac chega. Tíbio sorri.
TÍBIO:        Eu achei que tinha sido o outro.
ISAC:        Também foi o outro! Você pisou na bola, feio!
TÍBIO:        Você veio me matar?
ISAC:        Eu vim agradecer. Você me deu uma nova vida. Lamento por sua situação. Espere! Não, não lamento. ELE É TODO SEU!
        Castiel, Escuro, Breno, Nico e Lucas saem das sombras. Lucas parece assustado, principalmente com o pai. Nico leva Lucas até Tíbio e entrega-lhe uma estaca.
TÍBIO:        Você de novo! Sempre você! Eu não sei o que o Castelo viu em você!
NICO:        Inteligência! Diferente do que eles viram em você. Muitos músculos, muita audácia... Mas muita burrice também. Mas sua jornada acaba aqui! Faça, Lucas.
LUCAS:        Eu não quero.
NICO:        Você precisa. Faça por seu pai.
LUCAS:        Ele também não quer. Eu não quero que ele se zangue comigo. Ainda mais agora!
        Breno aproxima-se do filho, sereno, ajoelha-se diante dele e olha em seus olhos.
BRENO:        Meu filho. Não importa o que você faça, não importa o que você é: eu sempre o amarei, independente das suas escolhas. Mesmo que você escolha gostar de Justin Bieber.
        Breno dá um beijo na testa do filho e levanta. Lucas sorri.
LUCAS:        Eu quero. Eu vou fazer isso.
        Lucas se aproxima de Tíbio. Ele encara o vampiro e, sem desviar os olhos dos olhos de sua presa, Lucas enfia a estaca no coração de Tíbio. Aos poucos, Tíbio vai virando pó, até que somente seu coração resta, imóvel sobre as cinzas, atravessado pela estaca de madeira.